Micheli Reinehr por Micheli Reinehr
As possibilidades da iluminação artificial para melhorar (ou piorar) a arquitetura
Das diferentes etapas que regem o trabalho em arquitetura ou interiores, a iluminação é algo capaz de valorizar ou destruir visualmente um espaço concebido. Isso porque existem diferentes possibilidades de iluminação artificial e fontes de luz pensadas para as mais diferentes tarefas, ambientes e finalidades dentro de um espaço interno ou mesmo, externos, como em fachadas e projetos paisagísticos. Pensemos em dois ambientes com as mesmas dimensões e layout. Suponhamos que no primeiro, fosse aplicado apenas um ponto de luz – geral no caso – enquanto no segundo fosse realizado um projeto luminotécnico considerando cada um dos usos do espaço, valorizando determinados aspectos. Sem dúvidas, a segunda opção constitui-se de um espaço mais agradável. Da mesma forma que um projeto luminotécnico equivocado pode estragar um espaço. Mas como é possível atingir esses diferentes resultados?
Aqui, de maneira prática, segue uma lista com alguns dos conceitos-chave para os diferentes tipos de sistemas de iluminação.
Iluminação direta:
A iluminação direta é aquela em que o fluxo luminoso incide diretamente sobre uma superfície, permitindo que não haja perdas percentuais lumínica por absorção das paredes ou forro. De maneira prática, é aquela utilizada para áreas de trabalho ou tarefa, como bancadas de cozinhas, áreas de serviço, mesas de escritórios, etc.
Deve ser utilizada com cautela, já que pode tornar-se visualmente cansativa, posto que tende a criar sombras “duras”. Vale pontuar que este sistema não é adequado ser posicionado sobre superfícies que emitam brilho ou reflexo, como espelhos ou vidros.
Iluminação indireta:
Diferente do caso anterior, este sistema lumínico direciona a fonte luminosa a outro anteparo, de modo que parte da luz seja absorvida e que outra parte seja refletida na direção contrária, produzindo uma luz suave sem grandes cargas lumínica sobre uma superfície. Portanto, em síntese, podemos dizer que a luz é refletida na superfície e somente depois se amplia por todo o ambiente.
No geral, transmite conforto e bem estar visual, frequentemente aplicada em espaços de relaxamento como salas de estar, dormitórios, hospitais e spas.
Iluminação difusa:
Nesta, o fluxo luminoso de uma fonte passa por um elemento difusor (que pode ser um vidro leitoso ou uma chapa de acrílico, por exemplo), sendo dirigido a todas as direções, sem fachos de luz. O sistema apresenta poucas variações de zonas de sombra e boa parte da intensidade lumínica chega à superfície por reflexão do teto e paredes, e portanto torna a iluminação do ambiente bastante homogênea.
Iluminação de efeito:
Neste sistema a fonte luminosa mantém-se embutida no forro ou em algum elemento arquitetônico e serve para evidenciar apenas a luz em si, conformando um efeito dramático. É frequentemente utilizada a ambientes internos em sancas e nos ambientes externos no paisagismo ou fachadas.
Iluminação de destaque:
Indicada a iluminar pontos ou zonas de interesse, esse sistema lumínico apresenta a fonte luminosa posicionada de modo direto sobre um objeto em destaque, como quadros ou esculturas, por exemplo. Frequentemente empregada em ambientes residenciais e comerciais, mas também em espaços museográficos. Indica-se que sejam adotadas lâmpadas corretas a cada situação, pois pela projeção direta da luz, certas lâmpadas tendem a elevar a temperatura sob a peça, ocasionando deterioração.
Wall Washing:
Como efeito cênico de iluminação, é aquele que ao empregar uma série de pontos de luz de modo seriado ou por meio de uma fita de led, produz as chamadas “lavagens de luz” sobre a superfície. É ideal para destacar fachadas e valorizar a arquitetura.