Branding & Inovação por Felipe Morais

A diferença entre planejamento e fazer Power Point

Acredite, existe uma diferença sim!

Parece mentira, mas existe uma linha entre você fazer planejamento e fazer um Power Point. Em aula, eu sempre cito um exemplo, da Talent e Gillette, na década de 80, que montou uma das maiores estratégias de comunicação com um papel, caneta e um desenho na frente do presidente da marca no Brasil na época.

O que o planejamento faz? Estudos? Pesquisa? Power Point ou Keynote? Bem, ainda estamos na definição exata, prova disso, é que nos últimos eventos do Grupo de Planejamento e Top de Planejamento muito se falou sobre o nosso papel e por mais que possa parecer engraçado, não se chegou a uma conclusão, mas algo é unanime: entregamos inteligência de comunicação.

Essa inteligência é o que espera-se do planejamento. Por exemplo, pegar um print do site da concorrência e colocar no material que será apresentado ao cliente é fazer PPT (Power Point). Isso o estagiário, o filho de 8 anos, o sobrinho de 9 anos do diretor também faz. Pegar esse mesmo print e fazer um estudo, mostrar posicionamento da marca, caminhos, ponto fortes e fracos (sim, a matriz Swot se usa no mercado e não apenas na prova de marketing), isso é inteligência, isso é planejamento.

Mostrar que a Fan Page da concorrência tem X curtidas, Y seguidores, Z compartilhamentos. Isso é PPT. Entender a linha de comunicação, o que as pessoas falam, como falam, como é a interação da marca, o que ela mais patrocina, por que patrocina. Isso é planejamento. Há ferramentas para mostrar alguns desses dados. Colocar dados é PPT, interpretar esses dados é planejamento!

Digitar no Google, por exemplo, “comportamento dos Millennials”, copiar os textos e colocar como perfil de público, isso é PPT, aliás, vou além, isso é ser “Google Planner” que o genial Jon Steel prega como NÃO SER PLANEJADOR. Pegar esse estudo, confrontar com outros, ir para a rua, analisar o que eles falam na internet, nas páginas das marcas, nos sites, como consomem em lojas físicas, o que pensam, como agem, o que esperam das marcas, usar ferramentas de estudo (gratuitas e pagas) como TGI, Marplan, ComScore, SerasaExperian, Ibope, Mundo do Marketing Inteligência, Trendwatching, Google Analytics, Google Insghts for search, SemRush, Google Formulários e SurveyMonkey (que você pode criar a sua pesquisa e disparar pela web), Peoplescope, Midia Dados (Grupo de Midia), Innovation Insider, IBM Watson, ferramentas de behaviour target, Jornada de consumo, mapa de calor no site, mapa de calor em loja física, precificação em lojas online, enfim usar as ferramentas que temos a disposição – e tem muito mais além dessas – analisar todos os dados que elas entregam e traduzir tudo isso em uma linha de comunicação é planejamento. De novo, colocar dados é PPT. Inteligência, profissionais, inteligência é a palavra da nossa área!

A diferença entre a campanha precisar de um profissional de planejamento e um estagiário para tirar print de tela e colocar no PPT é a inteligência que você, profissional de planejamento, entrega, ou então o cliente não vai perceber valor no seu trabalho. E com razão!

 

*Felipe Morais (@plannerfelipe) é professor e coordenador do MBA de Gestão Estratégica de Ecommerce. Palestrante, autor de livros sobre planejamento digital e e-commerce, já atuou em empresas como Nova.com, Giuliana Flores, DellaVia Pneus, Moda em Atacado. Atualmente é gerente de marketing e e-commerce da Dezak.

Site: www.felipemorais.com