Hora da Saúde Mental por Marina Souto Ferreira
O Impacto do Diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Olá pessoal, complementando o mês de Abril, trazendo maiores informações a respeito do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Quero hoje abordar os impactos do diagnóstico no contexto familiar e social.
Este diagnóstico permeia um processo que por vezes é longo e moroso para a família, assim como para a criança. Permeado de angústias diante a percepção das dificuldades apresentadas pela criança que geram prejuízos significativos de interação social. A angústia dos pais começa a aparecer quando notam que a criança que falava, de repente não apresenta mais esta habilidade, demorando para andar, dificuldade de adaptação alimentar, apresentando seletividade alimentar, e em ambientes com barulhos como festas de aniversário apresentando choro incontrolável e tapando os ouvidos.
É comum eu encontrar no consultório pais sobrecarregados, com distanciamento entre o casal, bem como impactos financeiros devido ao tempo necessário que a criança passa a exigir, bem como a quantidade de horas e investimentos financeiros em processos terapêuticos e tratamentos médicos. Relatam mudanças que reduziram o número de lazer por conta das crises que a criança passou apresentar, reduzindo o contato social desta família com a comunidade e amigos. Um diagnóstico sem maiores explicações do que é, o que fazer, e várias outras perguntas que passam a ocorrer, sentimentos de culpa também aparecem por não compreenderem as crises de desregulação emocional e sensorial da criança.
O número de um CID, impactando diretamente na forma como essa criança é percebida pelo ambiente, pode acarretar em rotulação e com isso limitar o olhar para as suas potencialidades. Esta mesma criança que fica posicionada ao fundo da sala, necessitando de apoio substancial, que por vezes necessita se movimentar, falar e que com isso, pode impactar no rendimento escolar de toda uma turma. Esta mesma criança que por vezes não faz parte na turma, não sendo convidada para brincar, nem para aniversários. Fatos que revelam os impactos de um CID.
O apoio que passa a ser fundamental são de famílias atípicas, trocando experiências e contribuindo para o tratamento e compreensão do quadro do paciente. Uma verdadeira rede de apoio, daqueles que sabem e ou vivenciam estes mesmos impactos.
Casos assim, exigem acolhimento e compreensão de uma sociedade ainda não preparada para lidar com a diversidade.
Eu sou a Marina, sou psicóloga e espero ter contribuído na sua vida!
Até a próxima terça-feira, aqui no Clic Paverama!
Formada em psicologia em 2019 Marina realizou especializações em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Educação Especial e Avaliação Psicológica e atualmente se dedica aos estudos da Neuropsicologia e ABA aplicada para o Transtorno do Espectro Autista e Deficiência Intelectual. Tem experiência também no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e com atendimentos clínicos para diversos públicos, em especial para Transtornos do Neurodesenvolvimento.
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