A Escola Estadual de Ensino Médio Paverama é uma das escolas participantes do programa Ciências para Meninas, realizado pela Universidade do Vale do Taquari - Univates com recursos do edital Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Após encontros de formação com as bolsistas que representam cada educandário, quarta-feira, 31, as atividades foram lançadas no educandário de Paverama. No dia 7 de agosto o projeto será lançado na EEEM Guararapes, em Arroio do Meio, e no dia 14, na EEEM Estrela, em Estrela, também participantes do projeto.

No ginásio Católico do Centro, alunas do 5º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio conheceram o projeto e as atividades que serão realizadas durante o semestre, como oficinas quinzenais sobre temáticas das ciências definidas pela escola. Os recursos do CNPq também serão usados para adquirir alguns materiais permanentes que serão doados às escolas, como telescópios e livros.

De acordo com a coordenadora do programa, Sônia Gonzatti, a formação da cultura científica, com meninas aprendendo, mediando e difundindo saberes e práticas no âmbito das ciências exatas e engenharias, vai ao encontro dos crescentes debates sobre questões de gênero.

Créditos: Nicole Morás

As bolsistas da EEEM Paverama Alana Dupont Jahn, Natália Sarmento e Luiza Griebeler, todas alunas do 9º ano do Ensino Fundamental, apresentaram vídeos sobre empoderamento feminino e a participação das mulheres nas ciências. Desde maio elas participam de atividades de formação na Univates e agora levam o aprendizado para a escola, onde serão multiplicadoras para outras meninas.

“É mais comum vermos homens atuando na área da ciência. Mas isso não quer dizer que a gente não possa. A ideia é que cada uma possa incentivar outras meninas a fazerem pesquisa e que a gente tenha condições iguais para isso”, afirmou Natália.

Quem também participou do evento desta terça-feira foram as bolsistas de iniciação científica júnior da Univates Manuela Valgoi Sebastiany, Antonella Follmer Bortolin Lisboa e Ana Clara Bruch Aguiar, todas alunas do Colégio Evangélico Alberto Torres, de Lajeado. Elas receberam a bolsa após participarem da Feira de Ciências da Univates em 2018 com um projeto sobre feminismo. 

“Há pouco espaço para sabermos quem são as mulheres na ciência. Conhecemos algumas cientistas internacionais como Marie Curie e Simone de Beauvoir, mas é mais difícil pensarmos em brasileiras e em mulheres da região nas ciências. Sabemos que elas existem, e todas nós podemos ser essas mulheres”, disse Antonella. Ela afirmou ainda que, com a pesquisa apresentada na Feira de Ciências e a bolsa júnior, elas aprendem muito não só para questões acadêmicas, mas como mulheres.

Alana sempre gostou de ciências e tem especial interesse pela área da química. "É muito gratificante fazer parte desse projeto, pois é algo de que eu gosto e dá vontade de aprender. Além disso, podemos trazer o tópico do feminismo para a escola. Minhas expectativas são muito altas. Tomara que as gurias da escola tenham vontade de participar e que a gente possa trazer para elas o que a Univates nos ensina", destacou Alana Dupont Jahn, bolsista da EEEM Paverama.

A estudante ainda não sabe qual atividade quer seguir profissionalmente após a escola, podendo optar tanto por seguir a carreira dos pais como descobrir uma nova atividade, mas é bem provável que seja relacionada à área das ciências. 

Saiba mais:

O objetivo do edital Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação do CNPq é apoiar projetos que visem a estimular a formação de mulheres nas carreiras de ciências exatas, engenharias e computação no Brasil, despertando o interesse de estudantes do sexo feminino da Educação Básica (Ensino Fundamental a partir do 6º ano e Ensino Médio) e do Ensino Superior por essas profissões e para a pesquisa científica e tecnológica.

Na Univates, o projeto integra os pilares básicos de uma universidade: ensino, extensão e pesquisa. A primeira área envolve o ensino não formal no espaço escolar, já que caberá às bolsistas de Ensino Médio e Fundamental atuarem como multiplicadoras dos conteúdos definidos pelas escolas.

As atividades de extensão ocorrem pela relação entre a Univates e a comunidade. Já a pesquisa será realizada por meio do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas, para que seja possível investigar os impactos do programa e compreender como se percebem as meninas matriculadas em cursos de Engenharia com pouca presença (ou minoria) de mulheres. De acordo com Sônia, a pesquisa poderá ajudar na avaliação dos resultados e impactos das atividades de ensino e extensão.