Dia de Campo em Teutônia discute produção e qualidade do milho
25/02/2023
Por @ClicPaverama | contato@clicpaverama.com.br
Em Agricultura e Meio Ambiente
Um público de cerca de cem pessoas, entre agricultores, técnicos, representantes de entidades e lideranças, de mais de 15 municípios, participou na tarde desta sexta-feira (24/02) de um Dia de Campo do Pró-Milho – política pública do Governo do Estado que visa a incentivar, fomentar e coordenar ações que aumentem a produção e a qualidade do milho no Rio Grande do Sul. Organizado pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e pela Emater/RS-Ascar, o evento foi realizado na propriedade de Leni e Nelson Fries, na localidade de Linha Wink, em Teutônia.
Na ocasião foram cinco estações de trabalho em que foram discutidos temas como perdas na colheita e regulagem de colhedora, sistemas de irrigação, manejo da lavoura e rotação de culturas, tecnologias de aplicação e defensivos agrícolas e segurança alimentar com base no uso do milho. "A ideia geral é qualificar a cadeia produtiva como um todo, ampliando a produção de milho no Estado que, hoje, ainda é inferior a demanda", destacou o extensionista da Emater/RS-Ascar, Alano Tonin, que foi um dos responsáveis pela estação que apresentou alternativas para minimizar as perdas na colheita.
Filho do anfitrião da tarde, o extensionista da Emater/RS-Ascar Carlos Fries foi o responsável pela estação de manejo de lavoura e rotação de culturas. Em sua manifestação destacou que a condução da lavoura até chegar ao estágio atual, onde se colhem cerca de 160 sacas de milho por hectare, é um processo que tem início há cerca de dez anos, com análises permanentes de solo e correção de fertilidade, "o que se soma a outros processos, como a rotação de culturas (a família também adota o trigo e a soja), antecipação da época do plantio e mesmo o manejo adequado de pragas, com redução do número de aplicações", salienta.
Nesse sentido, Fries explica que, ainda que a produtividade não aumente de forma considerável, já que a propriedade não possui sistema de irrigação – e aí se deve ser levada em conta a severa estiagem que assolou não apenas a região, mas o Estado -, a simples readequação dos processos contribui para um cenário satisfatório. "Para se ter uma ideia, a adubação que utilizamos no local foi para um cenário ideal, sem deficiência hídrica, em que estimávamos uma colheita de 180 sacos por hectare", avalia. "Assim, 160 sacos para esse ano é espetacular", pontua.
A família estima que, em um cenário ideal, será possível colher 200 sacos de milho, 80 de trigo e 80 de soja por hectare. Para Fries, o trabalho consiste em minimizar perdas. "De que adianta eu ter uma boa produtividade se durante a colheita eu perco uma saca de grão por hectare", questiona, ao exemplificar, lembrando que cada saca custa, em média, cerca de R$ 90,00 para o produtor. Já a irrigação é um excelente caminho para uma estabilidade de produção, mesmo em anos adversos, de seca. "Claro, tendo possibilidade de acesso à água na propriedade", frisa.
Para seu Nelson, a oportunidade de poder trocar informações com outros agricultores, em eventos do tipo, é algo que merece destaque. "A gente sempre tem o que aprender, mesmo que já tenhamos bastante experiência no assunto", explica. Com quase cinco décadas trabalhando no cultivo de grãos, o produtor comenta que as diversas tecnologias existentes hoje em dia são um caminho para a qualificação. Em sua manifestação, ele sorri ao afirmar que, aos 71 anos, a responsabilidade da lavoura estar agora com Carlos. "Temos um técnico exclusivo para a família", diz, orgulhoso.
Entre as lideranças presentes no encontro estiveram o gerente regional e o supervisor da Emater/RS-Ascar, Cristiano Laste e Álvaro Mallmann, a secretária municipal de Agricultura, Lídia Dhein, e o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Ademir Cord, além de outros integrantes das prefeituras envolvidas. O Dia de Campo teve o apoio da Prefeitura de Teutônia, da Câmara Setorial do Milho, da cooperativa Sicredi e das empresas Samaq e Agroner Irrigação. Os extensionistas Álvaro Trierweiler, Michael Serpa, Ana Cândida Barth, Marlova Pretto, Alano Tonin e Marcelo Brandoli também contribuíram nas estações.