PF combate venda ilegal de carnes no RS e em mais seis estados

Cerca de 1,1 mil agentes cumprem 309 mandados na maior operação da história.

Por Clic Paverama
Em Notícias Gerais

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira a operação "Carne Fraca” com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que seria liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR) para serem cumpridas no Rio Grande do Sul e em mais seis estados: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

 

Aproximadamente 1,1 mil policiais federais cumprem 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso, números que fazem desta a maior operação já realizada pela PF em toda sua história.

 

A operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintêndencias Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público. Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

 

Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente.

 

O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.

Correio do Povo