Preço da carne bovina sobe cerca de 30% em um ano no RS; entenda por quê
Alta é espraiada e afeta diversos cortes, pegando desde produtos mais em conta até os nobres.
21/04/2025
Por @ClicdoVale | contato@clicpaverama.com.br
Em Notícias Gerais
O preço da carne bovina no Rio Grande do Sul tem registrado aumentos significativos, impactando diretamente o bolso dos consumidores.
De acordo com dados do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a carne bovina teve uma alta de 29,69% ao longo de um ano, comparando os preços de março deste ano com os do mesmo período do ano anterior. Os cortes que apresentaram as maiores elevações de preço incluem carne moída de segunda, filé mignon, alcatra e maminha, todos com variações acima de 30%.
Diversos fatores contribuem para essa alta. O coordenador do NESPro, professor Júlio Barcellos, explica que a curva ascendente no preço da carne bovina está relacionada a mudanças no ciclo pecuário, que resultaram em um número reduzido de abates de gado, além do aumento da demanda e das exportações. Problemas climáticos também têm impactado a criação de bovinos.
Barcellos ressalta que o aumento nos preços é, em parte, uma recomposição após uma queda acentuada observada anteriormente. Ele observa que, com o aumento do poder de compra do consumidor e a manutenção da demanda, não há incentivos para a redução dos preços. Além disso, a oferta de gado diminuiu no primeiro trimestre, devido a fatores como o retardo no período das chuvas no Centro-Oeste e a seca no Sul, juntamente com um crescimento nas exportações.
A médica veterinária e analista de mercado da Scot Consultoria, Rafaela Facchina, confirma que o consumo ainda é elevado, o que também explica os preços mais altos no varejo. A valorização da arroba do boi gordo, que subiu 40,9% em São Paulo e 37,3% no Rio Grande do Sul, está diretamente relacionada ao aumento nos preços da carne bovina, refletindo o repasse dos custos da matéria-prima.
Em relação aos cortes, a carne moída de segunda se destaca por ser uma opção mais acessível, enquanto cortes nobres como o filé mignon estão passando por uma recomposição de preços. A alcatra, sendo um corte versátil, também tem uma demanda alta, o que influencia seus preços.
A pesquisa do NESPro abrange os principais mercados consumidores de carne bovina no estado, com foco em Porto Alegre, que representa uma parcela significativa desse consumo.
O aumento nos preços da carne bovina tem levado consumidores, como o aposentado Edgar Leal, a adaptar seus hábitos alimentares, optando por substitutos mais baratos, como carne suína e de frango, e reduzindo a frequência de churrascos. Outros consumidores, como Oswaldo Silvino Filho, relatam que estão pagando preços elevados por cortes menos nobres, que costumavam ser mais acessíveis.
Para os próximos meses, o coordenador do NESPro não prevê uma queda nos preços da carne bovina. Ele indica que os valores devem permanecer estáveis, mas alerta que, a partir de junho, a entressafra no Rio Grande do Sul pode resultar em um aumento adicional de preços entre 3% e 5%, prevendo uma elevação geral de 6% a 7% até o final do primeiro semestre de 2025.
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Fonte: GZH
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