Coronavírus | Um olhar dos paveramenses que vivenciam a pandemia em outros países
O Clic Paverama conversou com os paveramenses João Paulo Kussler, Eduardo Eggers e Lucas Silva. Eles residem em países da América no Norte e Europa e falaram com exclusividade para o Clic, sobre a rotina em suas cidades com a pandemia de Coronavírus (Covid-19)
29/03/2020
Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Paverama
O novo coronavírus causou pelo menos 31.412 mortes em todo o mundo desde que surgiu em dezembro, de acordo com um balanço da AFP, com base em informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde o início da epidemia, mais de 667.090 casos de contágio foram registrados em 183 países ou territórios.
A reportagem do Clic Paverama, o Clic do Vale! conversou com três paveramenses; Lucas Silva, que reside na Inglaterra. Eduardo Eggers, na Irlanda e João Paulo Kussler, que desde 2015 mora no Canadá.
Eles relataram sobre o cotidiano de suas cidades, comos os governos daqueles países tem se portado e a forma que as pessoas tem se comportado com relação ao Coronavírus.
Lucas Silva, reside em Chelmsford, na Inglaterra desde 2015, e falou com nossa reportagem a respeito de como o Governo Britânico tem se portado e a reação da população a respeito do Coronavírus.
“Aqui no Reino Unido (Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte) existem 8.081 casos confirmados (de acordo com dados divulgados em 27 de março), com 422 mortes. Segundo dados da Organização Mudial de Saúde, houve 1427 novos casos confirmados e 87 mortes nas últimas 24 horas em todo o Reino Unido. A grande maioria dos casos está concentrada em Londres e nos arredores devido à densidade populacional.
Para conter a pandemia o primeiro ministro, que anunciou na sua conta da rede social no dia 27 que está infectado com o novo coronavirus, inicialmente pediu publicamente, no dia 12, que: as pessoas ficassem em casa e evitassem viagens desnecessárias; que lavassem as maos com frequência e trabalhassem de casa se for possível. Também anunciou que escolas iriam ser fechadas e grandes eventos esportivos e culturais deveriam ser adiados ou cancelados.
Com o avanço da doença, governo passou a divulgar diariamente os dados oficiais da covid 19 em conferências de imprensa (que são transmitídas pelos principais meios de comunicação as 17 horas) e no dia 20 de março anunciou o lockdown por 3 semanas. Isto é, mandou fechar todos os pubs (bares), cafeterias, restaurantes, academias, livrarias e lojas que nao vendesse produtos essencias (como lojas de eletrodomésticos, roupa e calçados, brinquedos e etc.), por 3 semanas. Proibiu a circulação de pessoas na rua, apenas como exceção para viagens essenciais (como ir ao trabalho, mercado, farmácia ou hospital), passear o animal de estimação ou praticar alguma atividade fisica (com restrição de ser uma vez por dia e não em grupo). A polícia recebeu novas orientações para dispersar qualquer grupo de pessoas com mais de dois indivíduos em espaços públicos, multar, e até prender, cidadãos que não respeitem a distância de 2 metros ou que não são capazes de justificar a sua presença no espaço público. O governo também anunciou medidas econômicas para ajudar as empresas, entre elas se disponibilizando a pagar ate 80% do salário de trabalhadores autônomos. Na área da saúde, foram encomendados novos ventiladores para UTIs, além de material de proteção individual, testes rápidos para detectar a doença, financiamento para pesquisas de uma vacina e a construção provisória de hospitais de campanha para dar conta da demanda na época do pico da doença, estimada para ser entre meados de abril e início de maio. Profisionais da área da saúde e da segurança aposentados foram convidados a voltar e auxiliar nesse momento de crise sanitária.
Nas ruas percebe-se bem os efeitos desse lockdown. Evitam-se os encontros sociais, mesmo nas casas. So estão abertos estabelecimentos considerados essenciais, como: hospitais, postos médicos, delegacias, mercados, postos de combustíveis, farmácias, restaurantes (apenas para serviço de take away) e empresas relacionadas a produção de alimentos, logística e transporte, água, luz ou internet. Nos parques, as quadras de esporte e as áreas de playground estão fechadas, embora é possível ver poucas pessoas se exercitando. Na maioria dos mercados, o primeiro horário da manha e reservado para key workers (trabalhadores das empresas essenciais) e idosos. A entrada e controlada e alguns produtos tem restrições, podendo comprar apenas uma ou duas unidades. Nas empresas que ainda estão abertas, adotaram se medidas para evitar o contágio e o uso de equipamentos de proteção. Viagens foram canceladas. So entra no país quem é residente e pessoas que foram de férias para outros países estão com dificuldades de regressar.
As autoridades pedem para quem apresentar os sintomas da covid 19, que fique em casa por 7 dias e entrar em contato com o médico de familia, evitando de ir para as urgências dos hospitais ou sobrecarregarem as centrais telefonicas. O governo inglês ja admitiu que essa situação so deva melhorar em Maio".
Quer saber mais sobre o Lucas Silva, paveramense que mora em Chelmsford, na Inglaterra? Clique no link abaixo:
Eduardo Eggers, paveramense que há 5 anos reside junto de sua esposa em Dublin, destaca que desde 13 de março os irlandeses estão estão reclusos em suas residências, de quarentena.
“Aqui na Irlanda estamos em quarentena desde o dia 13 de março. Eu estou trabalhando de casa desde então. Escolas, creches e universidades estão fechadas.
Os pubs, que são pontos tradicionais da cultura irlandesa, também estão todos fechados. O festival de St. Patrick, no dia 17 de março, que é a grande festa nacional da Irlanda, não aconteceu este ano. Nos estabelecimentos comerciais que estão abertos, como supermercados, farmácias, lojas de conveniência e cafés, os clientes têm que manter uma distância mínima de 2 metros uns dos outros.
O governo acabou de pedir para a população que reside em toda a Irlanda não caminhar a mais de 2 quilômetros das suas casas deste sábado até a Páscoa, dia 12 de abril. De uma forma geral, passou o pânico das pessoas com relação à pandemia.
A maioria tem feito a sua parte e respeitado as solicitações do governo para evitar que a situação fique caótica. Até o momento os números oficiais mostram 2121 casos de Coronavirus e 22 mortes causadas pela doença. Para minimizar a crise econômica o governo anunciou esta semana que todos os trabalhadores que perderam seus empregos em função da pandemia irão receber 350 euros por semana por seis semanas.
Além disso, funcionários que continuam trabalhando estão tendo 70% de seus salários pagos pelo governo (até 410 euros de salário por semana). As medidas foram bem recebidas pela população pois muitos perderam seus empregos ou estão afastados até que suas empresas retornem às atividades e essas medidas ajudam a amenizar o problema nesse momento”.
Quer saber mais sobre Eduardo Eggers, paveramense que reside em Dublin, na Irlanda? Clique no link abaixo:
João Paulo Kussler reside no Canadá desde 2015. Na América do Norte ele trabalha como bancário e enfatiza que as pessoas tem respeitado o isolamento social.
“Aqui no Canada as pessoas têm respeitado muito a questão do isolamento social, seguindo as orientações das autoridades.
No que tange a governos, há um alinhamento muito bacana entre os governos federal, estadual e municipal. Veja bem, estes governos são de partidos diferentes, de oposição mais especificamente, porém estão todos trabalhando juntos em todas as ações que tomam
há em nenhuma hipótese discussão política partidária neste momento, todos estamos unidos no combate ao vírus em primeiro lugar, e aleatoriamente tracando-se o plano econômico de contingência, e futura “reabertura” da economia.
Não se tem uma previsão precisa de quando tudo voltará à normalidade, no entanto serviços essenciais continuam trabalhando o mais próximo do normal possível, respeitando-se instruções para prevenção de contágio
No nosso caso, trabalhamos em banco, o que foi classificado como serviço essencial; no entanto, as agências estão trabalhando com horário reduzido, e apenas 2 a 4 clientes dentro da agência de cada vez, dependendo do tamanho da agência.
Outros tipos de serviços também estão tomando ações similares, como por exemplo supermercados, mantendo se sempre uma distância de 2m entre as pessoas. Nos horários de pico, as filas são feitas no lado de fora. Não há crise de abastecimento, mas certos ítens as pessoas exageraram no início e super estocaram, como por exemplo papel higiênico... o que torna mais difícil de achar à disposição...
O sistema de saúde daqui eh bom, tendo condições de atender a população. No entanto tem sido imprescindível que as pessoas façam a sua parte, para não haver uma demanda apocalíptica de uma vez só.
No geral, acredito que o Canadá vai passar tranquilo por esta crise, mantendo se o devido cuidado como estamos fazendo”.
Quer saber mais sobre João Paulo Kussler, paveramense que reside em Toronto, no Canadá? Clique no link abaixo:
Casal paveramense deixa o Brasil para residir no Canadá???????
Jêison Lauri da Rosa/Clic Paverama/Clic do Vale
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