A cada R$ 1 colhido no campo, outros R$ 3 são gerados para o Estado
A Farsul apresentou o impacto da safra 2019 na economia gaúcha, se considerada toda a cadeia produtiva do agronegócio.
13/06/2019
Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Agricultura e Meio Ambiente
A Farsul apresentou nesta quarta-feira, dia 12, um levantamento que aponta o impacto das lavouras gaúchas na economia do Estado. Foram considerados os números da safra 2019, cruzados com dados divulgados pelo Ibge referente ao mês de abril.
De acordo com o estudo, para cada R$ 1 colhido no campo, são gerados outros R$ 3 para o RS, se considerada toda a cadeia produtiva do agronegócio. A produção de grãos teve aumento total de 4% frente ao ano passado, puxada por culturas como milho (26%) e trigo (17%), em paralelo à forte queda da cultura do arroz (13%).
Para este ano, o PIB do agronegócio gaúcho está estimado em mais de R$ 108 bilhões, 3,2% abaixo do ano passado. Apesar do Estado registrar maior volume produzido, a safra 2019 foi marcada por um Valor Bruto de Produção (VBP) 3% menor.
Um dos fatores que contribuíram para a queda foi a inflação, que reduziu os preços no quadro geral em 2% comparado a abril de 2018 – esta redução dos preços ocorreu mesmo após 9% de aumento no último mês de dezembro, quando as lavouras estavam se formando. Além disso, 88% do faturamento da safra 2019 foram destinados ao pagamento de custos operacionais, 12% a mais do que no ano anterior.
Esses custos operacionais envolvem gastos com insumos, como fertilizantes, e serviços, além de transporte para o escoamento de grãos. Isso comprova a importância do agronegócio para a economia gaúcha, justamente por envolver uma grande cadeia de empresas e indústrias de diferentes segmentos, incluindo petroquímico, metal mecânico, financeiro, construção civil, entre outros. A riqueza gerada pelo campo e compartilhada com os fornecedores ultrapassou a marca dos R$ 29 bilhões.
Para o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, com lucro menor, a tendência é de aumento do endividamento do produtor colocando em risco a sua manutenção na atividade nas próximas safras.
O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, destacou que apenas 12% do VBP sobra para o produtor. “Desse percentual, ela ainda tem de atender a folha de pagamento, impostos, manutenção de capital, restando uma margem de lucro ainda menor. Ou seja, mesmo produzindo mais, faturou menos.
Esse achatamento das margens corrigem uma ideia distorcida de que a riqueza fica com o produtor. Na verdade, é apenas uma pequena parte”, analisa.
Fonte: Página Rural
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