Com apoio da Emater, jovem casal paveramense tira sonho de agroindústria do papel

Uma conversa com a Emater/RS-Ascar aliou a tradição da família em fazer cucas – uma receita que a avó, a dona Maria já fazia -, com a vontade de retornar para ter o próprio negócio.

25/11/2020

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Agricultura e Meio Ambiente

Mais de vinte sabores de cucas e cerca de sete mil unidades do produto comercializados por semana. Estes são os números atuais da Agroindústria Horning, de Paverama. Hoje um caso de sucesso, o empreendimento começou pequeno, passou por uma série de dificuldades, mas se solidificou com o apoio da Emater/RS-Ascar e de uma série de políticas públicas. Além das cucas – de sabores variados como chocolate trufado, doce de leite e mousse de limão -, a agroindústria comercializa pães e massas no mercado local, em feiras e em municípios da Serra e da grande Porto Alegre.

Aliás, foi a intenção de comercializar massas que simbolizou o “pontapé inicial” para que a agroindústria familiar tomasse forma. “Nossa família tinha criação de galinhas para a produção de ovos e minha ideia era usa-los como matéria-prima em algum alimento”, recorda Andréia Horning. O ano era 2014 e a empreendedora já estava fora da propriedade, trabalhando em um escritório de contabilidade. Uma conversa com a Emater/RS-Ascar aliou a tradição da família em fazer cucas – uma receita que a avó, a dona Maria já fazia -, com a vontade de retornar para ter o próprio negócio.

Incluída pela Emater/RS-Ascar no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado, a agroindústria saiu do papel, sendo formalizada ainda em 2015 nas esferas sanitária, tributária e ambiental. Ao mesmo tempo Andréia e o namorado Anderson realizaram capacitações em processamento de pães, massas e bolachas, como os oferecidos pelo Centro de Treinamento de Erechim (Cetre). “O Começo não foi fácil, a gente não acertava o ponto da massa, que ficava meio dura”, lembra Andréia.

A participação em feiras – como a própria Expointer, em Esteio -, o intercâmbio com outros agricultores e a troca de experiências, foi fundamental para que os alimentos fossem aprimorados. “Em partes, também fomos meio autodidatas”, explica a jovem de 31 anos. Com estrutura modesta, inicialmente a produção semanal não ultrapassava as 200 unidades de cucas. Foi a partir de investimentos via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que um novo prédio pôde ser construído e equipamentos puderam ser comprados.

Só que mesmo com a ampliação da produção, Andréia ainda acredita que o segredo do sucesso da agroindústria está na manutenção do “gosto caseiro” de suas cucas, pães e massas. “A impressão que tenho é a de que as pessoas estão ‘fugindo’ um pouco dos produtos excessivamente industrializados, buscando uma alimentação mais saudável”, avalia a empreendedora. No contexto da pandemia, a queda inicial logo sofreu uma curva que recuperou os negócios. “E quem conhece os nossos alimentos, dificilmente não retorna para comprar novamente”, pondera.

Acompanhando toda a trajetória da Agroindústria Horning, a extensionista da Emater/RS-Ascar Marlova Pretto elogia o empenho e o esforço da família para a consolidação do empreendimento. “No começo eles saiam de casa em casa, com uma cestinha debaixo do braço, vendendo de porta em porta”, lembra. “Hoje, podemos dizer que somos felizes, que temos qualidade de vida, que gostamos do que fazemos”, completa Andréia, lembrando, novamente, que o começo não foi fácil. “Tivemos de ter humildade e persistência, dar um passo atrás para depois evoluir”, finaliza.

AI Emater