Condições climáticas favorecem desenvolvimento vegetativo das lavouras de inverno
Deve haver redução de produtividade em relação à expectativa inicial.
13/08/2017
Por Clic Paverama
Em Agricultura e Meio Ambiente
De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado esta semana pela Emater RS-Ascar, a área semeada com trigo no Rio Grande do Sul está com 95% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e 5% em floração. No geral, o aspecto das lavouras melhorou com a recente ocorrência de chuvas, o que possibilitou um melhor crescimento vegetativo e viabilizou a adubação nitrogenada em cobertura, que estava atrasada. Em termos sanitários, as lavouras estão com bom aspecto, sem presença significativa de doenças e pragas.
Entretanto, deve haver redução de produtividade em relação à expectativa inicial, devido ao longo período sem chuvas abundantes durante o perfilhamento e o emborrachamento das plantas. Algumas regiões, como Fronteira Noroeste e Missões, estimam diminuição entre 5% e 15%, respectivamente. Porém, esses percentuais devem ser melhor apurados no período da plena floração e do espigamento das lavouras, daqui a 20 dias. A baixa comercialização de trigo só ocorre para troca de insumos para as lavouras de verão, ao preço médio de R$ 32,32 para a saca de 60 quilos.
Da área semeada na safra da canola (52,5 mil hectares), 28% ainda estão em desenvolvimento vegetativo, uma vez que foi plantada no final do período recomendado, ao passo que 47% estão em floração e 25% já se encontram em enchimento do grão. Em termos gerais, a produtividade da cultura está comprometida pelas geadas ocorridas no início de julho e pela falta de chuva regular. Com as recentes precipitações, parte das lavouras podem se beneficiar. Dependendo da região, estimativas preveem redução em relação à produtividade, mas uma melhor avaliação deve ser realizada em agosto, pois há diversas solicitações de Proagro em todas as regiões produtoras.
Outra cultura de inverno, a aveia branca, que tem lavouras em floração e formação de grãos, apresenta aspecto geral considerado ruim, inclusive com incidência de doenças foliares, espigas pequenas e grãos chochos, devido ao longo período com baixa umidade do solo. A expectativa de produtividade terá redução de 20% a 30% sobre a inicial, dependendo da região, necessitando ainda de avaliação final das equipes municipais. Há solicitação de Proagro de algumas lavouras devido à péssima expectativa de produção.
Safra de verão:
O plantio das lavouras de milho do cedo já iniciou e se intensificou na última semana após as chuvas. Na região de Santa Rosa, por exemplo, já atinge 18% da área prevista dos 140 mil hectares de milho destinados à colheita de grão (englobando a primeira e a safrinha), com uma expectativa de produtividade ao redor dos 6 mil quilos por hectare. Tal estimativa preliminar é válida apenas para essa região. Normalmente, nesta época do ano, grande quantidade de lavouras a ser implantadas com milho já estaria semeada, mas com a falta de umidade do solo o plantio atrasou.
Olerícolas:
A chuva da semana foi benéfica para as hortas e as temperaturas beneficiam o desenvolvimento das hortaliças, ainda assim, é necessário continuar a irrigação para suprir o déficit hídrico. Enquanto isso, os cultivos hidropônico e semi-hidropônico em ambientes protegidos têm mantido a oferta de produtos, porém em volumes menores e com preços mais elevados.
Na cultura do alho, as condições climáticas são benéficas para a emergência das últimas lavouras plantadas e para o desenvolvimento vegetativo das demais áreas. Plantas com boa sanidade, crescimento e uniformidade, mantendo, para a Serra, a perspectiva de aumento de 12% na área cultivada, totalizando 1.700 hectares na região.
Frutícolas:
O retorno das chuvas e as baixas temperaturas beneficiam os macieirais e abrandam os ânimos dos maleicultores. Na Serra, segue forte a prática cultural da poda seca, que atinge 80% da área, além da retirada de ramos contaminados e eliminação (queima) de restos de poda. Durante a semana, foram aplicados tratamentos com calda sulfocálcica para reduzir a presença de pragas e a incidência de fitomoléstias nas fases vegetativas e reprodutivas.
Na região de Ijuí, o pêssego encontra-se em final de floração, com formação inicial de frutos. Produtores realizam a poda em atraso na maioria dos pomares. Videiras em dormência, embora os produtores estejam realizando a poda para antecipar a produção.
Piscicultura:
A queda da temperatura da água dificultou a piscicultura e os piscicultores aguardam melhores condições ambientais para voltar a alimentar os peixes e adubar os açudes, evitando transtornos alimentares e, por consequência, a morte de peixes. O piscicultor deve aproveitar esse período para adubar e corrigir a qualidade da água para o próximo ciclo de crescimento.
Na Lagoa Mirim, a safra de pesca está em andamento e há captura de espécies como Viola (comercializado a R$ 3,00/kg), Cascudo (R$ 2,00/kg) e Trairão (R$ 5,50/kg). Já em Santa Vitória do Palmar, os pescadores destacam a escassez de peixes nas lagoas, o que impacta de forma negativa na renda do pescador.
Apicultura:
Na região de Bagé, as temperaturas elevadas em pleno julho estão antecipando em um mês os trabalhos de manutenção das colmeias e de organização dos favos e dos ninhos para a postura da rainha. A floração também foi antecipada nos bosques de eucalipto e nativas, aumentando a atividade dos enxames. O período é de realização do manejo de inverno, fazendo limpeza de favos velhos e alimentando as colmeias mais fracas. Apicultores constroem e reformam as caixas.
Fonte: Adriane Bertoglio
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