Dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) mostram que, entre janeiro e setembro de 2025, as exportações brasileiras do setor somaram 76,7 milhões de pares, gerando US$ 736,4 milhões. O resultado representa crescimento de 7,1% em volume e estabilidade em receita em relação ao mesmo período de 2024.

No recorte de setembro, foram exportados 9,2 milhões de pares, que renderam US$ 85,3 milhões, altas de 18,4% e 4,8%, respectivamente, ante o mesmo mês do ano passado. Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o desempenho foi sustentado pelo aumento dos embarques para países latino-americanos, especialmente no segmento de calçados sintéticos. “Estaríamos registrando resultados ainda melhores sem os impactos da retração no mercado estadunidense, afetado pela tarifa adicional vigente”, explicou.

Principais destinos:

A Argentina superou os Estados Unidos como principal destino dos calçados brasileiros em setembro, com a importação de 1,6 milhão de pares por US$ 19,27 milhões. Apesar disso, os números representam quedas de 25,9% em volume e 24,8% em receita frente a setembro de 2024. No acumulado do ano, o país vizinho importou 10,97 milhões de pares (alta de 22%) e US$ 154,96 milhões (alta de 0,5%).

Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar no mês, com 566,6 mil pares e US$ 15,56 milhões, reduções de 23,5% e 10,4%, respectivamente. No acumulado, continuam como principal destino do calçado nacional, com 8,26 milhões de pares (alta de 7,4%) e US$ 171,87 milhões (alta de 4,1%).

O Paraguai aparece em terceiro, com expressivo crescimento: 1 milhão de pares e US$ 6 milhões em setembro, aumentos de 109% e 49,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. De janeiro a setembro, foram 7 milhões de pares e US$ 33,77 milhões, altas de 17,4% e 4,7%.

Estados exportadores:

O Rio Grande do Sul segue como principal exportador do setor. Em setembro, embarcou 3,28 milhões de pares, gerando US$ 44,6 milhões, altas de 13% e 5,1%, respectivamente. No acumulado, o estado enviou 24,75 milhões de pares, totalizando US$ 359,7 milhões — crescimento de 2,5% em volume e queda de 2,9% em receita.

O Ceará permanece em segundo lugar, com 2,87 milhões de pares exportados e US$ 14,57 milhões em setembro, altas de 53% e 33,8%. No acumulado, foram 24,2 milhões de pares (alta de 12,3%) e US$ 142,3 milhões (queda de 2,1%).

São Paulo completa o ranking, com 518,4 mil pares exportados e US$ 8,13 milhões em setembro, quedas de 10,5% e 7,9%. No acumulado, as exportações somaram 5,25 milhões de pares e US$ 76,33 milhões, crescimentos de 21,6% e 15,1%.

Importações em alta:

Entre janeiro e setembro, o Brasil importou 33,53 milhões de pares, com gasto de US$ 437,77 milhões, aumento de 24,3% em volume e receita. As principais origens foram Vietnã (10,9 milhões de pares e US$ 212,8 milhões), China (8,77 milhões e US$ 34,22 milhões) e Indonésia (7 milhões e US$ 108,1 milhões).

Somente em setembro, as importações chegaram a 3,4 milhões de pares e US$ 49,74 milhões, alta de 5,2% em volume. Ferreira alerta para o crescimento das exportações chinesas ao Brasil, que subiram quase 70% no mês, impulsionadas pela tarifa de 30% aplicada pelos Estados Unidos ao produto chinês.

As importações de partes de calçados, como solas, cabedais e palmilhas, somaram US$ 34,6 milhões no período, 29,5% acima de 2024. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.

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