Na manhã de quinta-feira, dia 12, a dona de casa Neuza Ramos, moradora de Tabaí, encontrou em sua residência um escorpião preto.

Ela conta que estava fazendo faxina, quando se deparou com o aracnídeo debaixo de uma poltrona.

Após o susto chamou o seu esposo, Jorge Ramos, que coletou o escorpião e usou as redes sociais para registrar o ocorrido.

O Agente de Combate a Endemias da Vigilância em Saúde da Prefeitura Municipal de Tabaí, Luis Carlos Silva, ao tomar conhecimento do caso, entrou em contato com Ramos e foi até a residência onde capturou o escorpião e após encaminhou ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e ao Centro de Informação Toxicológica (CIT), para laudo técnico.

O resultado do laudo foi enviado a Prefeitura de Tabaí na última segunda-feira, dia 16.

Confira:

LAUDO TÉCNICO:

Laudo Técnico 014/2023 CIT - NTOX/RS

Em resposta á solicitação enviada ao CIT/RS, temos a informar:

Ficha nº 217/2023: Uma imagem de escorpião encontrado na Rodovia RST 287, Bairro Centro município de Tabaí/RS no dia 12/01/2023 e identificado como Bothriurus bonariensis, família Bothriuridae, conhecido como popularmente como escorpião preto. São considerados de baixa toxicidade. Possui variação de coloração, alguns animais apresentam coloração marrom avermelhado, acastanhado e em outros, a cor marrom escura ou preta. Medem entre cinco e sete centímetros, quando adultos. Acidentes com estes espécimes provocam ardência, dor, edema e eritema. O escorpião preto é nativo aqui do Estado e por isso é comum e esperado que sejam avistados, podem ser soltos na mesma área, preferencialmente afastado de residências.

Em caso de intoxicação, ligue: 0 800.721.3000

Kátia Moura - Bióloga

Foto divulgação:

ESCORPIÕES:

Os Escorpiões são espécies que remontam a milhões de anos, com uma capacidade de adaptação a todo ou qualquer ambiente. A persistência em resistir é tal que podem ser encontrados nos desertos e florestas, a nível do mar até mesmo em grandes altitudes. Por isso, também podem ser encontrados em ambientes modificados pelo homem, principalmente em áreas urbanas.

De hábitos noturnos, são terrestres e procuram locais escuros e úmidos para se esconder. São mais ativos nos períodos quentes do ano em particular, mas devido às mudanças climáticas, alguns desses animais têm se apresentado ativos o ano todo. São carnívoros, alimentam-se principalmente de outros insetos e aranhas. Entre seus predadores estão sapos, lagartos, galinhas, formigas e os próprios escorpiões.

São cerca de 1.600 espécies conhecidas no mundo, dessas apenas 25 são consideradas de interesse de saúde pública. No Brasil, existem cerca de 160 espécies de escorpiões, a responsável pelos acidentes pertencem ao gênero Tityus – conhecido popularmente como Escorpião-Amarelo –, a principal espécie capaz de causar acidentes graves.

A prevenção consiste em não proporcionar um ambiente favorável para a permanência e proliferação destes animais: Manter limpos quintais jardins sem acúmulos de folhas secas; Acondicionar o lixo de forma correta em sacos ou recipientes fechados e destinar ao serviço de coleta; Eliminar fontes de alimento para os escorpiões como baratas, aranhas, grilos entre outros pequenos animais; Eliminar restos de construção, restos de madeiras e não proporcionando locais escuros e úmidos para esconderijos; Manter fossas sépticas bem vedadas para evitar a circulação de baratas e por conseguinte Escorpiões.

Essa são algumas recomendações para evitar acidentes com escorpiões, entretanto, sempre que avistar um Escorpião entre em contato com a Secretária Municipal de Saúde, pois é de suma importância a captura do inseto feita pelos agentes e sempre que possível a identificação da espécie pelo Lacen/RS (Laboratório Central de Vigilância em Saúde de Rio Grande do Sul). Neste sentido, todo e qualquer Escorpião torna-se perigoso, pois a identificação das espécies deve ser feita por especialistas, isso evitará acidentes indesejados e possíveis acidentes graves que em certos casos podem levar a óbito.