Região quer mais tempo e vai propor mudanças na concessão da BR-386

Propostas foram discutidas em encontro de lideranças realizado nesta segunda-feira, na Amvat.

Por Clic Paverama
Em Notícias Gerais

Na audiência pública da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), marcada para o próximo dia 16, em Lajeado, a região vai solicitar mais tempo para discutir o edital de concessão da rodovia BR-386 e propor uma série de mudanças. A decisão foi tomada em reunião realizada nesta segunda-feira (06.03), em encontro que reuniu, na sede da Amvat, em Estrela, lideranças da Associação dos Municípios, do Codevat, da Associação dos Vereadores e da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT). "As condições que estão postas hoje não nos interessam enquanto sociedade", resume a presidente do Codevat, Cíntia Agostini.

Depois de diversas colocações e observações em relação ao edital proposto pelo governo federal, o grupo decidiu elaborar dois documentos a serem entregues a ANTT no dia 16. Num deles manifestará sua discordância com os termos da proposta e solicitará mais tempo para que, junto com uma comissão do Vale do Taquari, possa analisar mais profundamente as questões colocadas, levando em conta os questionamentos dos municípios. Em outro documento a região proporá debate sobre as obras não contempladas, redução para o início dos investimentos e do valor do pedágio e a utilização de recursos federais em obras de duplicação. Pedirá, também, para atuar como "avalista" do edital, acompanhando todo o processo, e a formação de um Conselho de Usuários. 

Presidente da Amvat, o prefeito de Estrela, Rafael Mallmann, reafirma que o modelo proposto não pode ser aceito. "Temos que buscar alternativas, negociando algo viável", diz. Segundo ele, é preciso uma posição técnica, por exemplo, para que fique claro o que está compondo o valor do pedágio estabelecido. O presidente da CIC-VT, Ito Lanius, frisou que a entidade está "admitindo" o pedágio, necessário para que possa haver investimentos nas rodovias. "O custo da nossa logística está chegando aos 20%, enquanto em países desenvolvidos é de 6%", assinalou. 

Representando a Avat, a vereadora Mariela Portz reforçou a posição contrária ao edital, da forma como foi apresentado. Entre os aspectos citados por ela está o valor do pedágio e o número de praças. "Não somos contra, mas não concordamos com os valores, por exemplo", citou, ressaltando a necessidade de transparência ao processo.  

A concessão da rodovia voltará a ser discutida nesta sexta-feira (10.03), em assembleia da Amvat marcada para às 9h30min, no auditório da Faculdade La Salle, em Estrela. A associação convidou o professor da Ufrgs, engenheiro civil Luiz Senna. Ele possui larga experiência na área de engenharia de transportes, atuando principalmente em temas como o planejamento de transportes, concessão de rodovias, economia dos transportes, logística e financiamento da infraestrutura de transporte.